18 de mai. de 2009

Conheça softwares para proteger a navegação on-line das crianças

Programas e navegadores permitem bloqueio de conteúdo impróprio. Além de ferramentas, pais devem ficar atentos à navegação dos filhos.

Como bloquear nos navegadores (como Internet Explorer e Firefox) o acesso a sites que não devem ser visitados por crianças?
O Internet Explorer tem um recurso próprio para controle de conteúdo. Ele está disponível no Painel de Controle, em Opções da Internet. Lá, a aba “Conteúdo” traz logo no início o Supervisor de conteúdo. Por ali é possível habilitá-lo e configurá-lo, de acordo com uma série de tipos de conteúdo que serão restritos ou bloqueados.
O Firefox não acompanha nenhum tipo de bloqueio por padrão. Mas existem extensões capazes de adicionar essa funcionalidade. Dois exemplos gratuitos são o Parental Control Bar, que usa o mesmo sistema do controle do Internet Explorer, e o ProCon Latte (sem nenhuma relação com o órgão brasileiro de defesa do consumidor).
O Parental Control Bar também funciona no Safari, da Apple (baixe o navegador para Windows e para Mac).

Quais filtros de segurança instalar no computador para dificultar acesso das crianças a conteúdo inapropriado?
A internet é um meio de comunicação bem flexível. Por isso, existem várias outras maneiras de acessar os conteúdos que vão além da navegação pela web. Alguns programas específicos de filtragem podem auxiliar a monitoração ou filtragem em outros protocolos de internet, como bate-papo (IRC) e comunicação instantânea (MSN).
Por exemplo, um firewall – normalmente usado para proteção contra ataques de hackers ao PC – pode ser usado para bloquear o acesso ao MSN e às redes de IRC.
O Baixatudo tem uma lista desses softwares. Pesquisas na internet revelarão outras páginas informativas, como esta mantida pela Mozilla. A própria Microsoft oferece o gratuito Segurança da Família, antes parte da suíte OneCare, que estende os recursos de controle dos pais do Windows Vista às versões anteriores do sistema (ou às edições do Vista que não têm o recurso).

Qual a diferença entre bloquear o acesso com o uso de navegadores e com os filtros de segurança? Considera alguma dessas alternativas mais eficaz?
Na maioria dos casos, um filtro externo ao navegador simplesmente tentará realizar o mesmo tipo de filtragem de outra maneira, não havendo muita diferença no funcionamento prático. Eles são mais comuns em redes empresariais, onde é mais conveniente e seguro manter um sistema central de bloqueio do que um individual funcionando em cada computador. Existem até mesmo dispositivos de hardware para efetuar filtragem.

Existe algum programa que permita aos pais visualizar as páginas que seus filhos acessaram durante a navegação?
Sim. O próprio Windows Vista, em algumas de suas edições, é acompanhado de um recurso que permite essa visualização. Mas ele vai mais longe do que ver apenas os sites e registra também quais programas foram executados (quando e quantas vezes), quais arquivos foram baixados e quanto tempo o computador foi usado. A Microsoft tem um tutorial explicando a configuração do Controle dos Pais.
Existem ainda muitos outros softwares, com funções que registram as mais variadas atividades na rede, incluindo até mesmo as conversas completas em programas de mensagem instantânea. Com os programas mais invasivos – especialmente os que são usados também de forma maliciosa – é possível gravar alguns vídeos ou tirar fotos em períodos fixos, se o computador possuir uma webcam.
Vale dizer que esse tipo de programa pode ser considerado uma forma de espionagem. Normalmente, quando usados para descobrir algo sobre um(a) namorado(a) ou outro adulto qualquer, são altamente questionáveis. Por isso, é bom ter cuidado com seu uso. No caso de adolescentes, seu uso passa a ser polêmico; este colunista não recomenda, mas, como sempre em questões familiares, é preciso que os pais conheçam os filhos para saberem quais as medidas que são necessárias.

Quais os programas e recursos que os pais devem adotar se quiserem “blindar” um computador antes de dá-los aos filhos?
O primeiro passo é configurar contas diferentes de usuário para cada membro da família. É preciso se adaptar ao uso de logon/logoff e ter certeza que todas as contas são protegidas por senhas. As contas das crianças devem ser limitadas para impedir que as configurações de segurança e dos filtros sejam modificadas.
Configurar as atualizações automáticas no Painel de Controle e usar um antivírus é básico. Depois, alguns filtros – como o que acompanha o Windows Vista – permitem o bloqueio de downloads, o que também é importante para ajudar a proteger o computador.
A segurança maior normalmente vem em troca de flexibilidade e facilidade de uso: o filtro de navegação mais seguro é o chamado de “whitelisting” (listagem branca). Nessa configuração, todas as páginas de internet são bloqueadas, exceto aquelas que foram explicitamente permitidas. Isso garante que nenhum site fora de uma lista limitada – contendo sites de notícias, jogos e etc, configuráveis pelos pais – sejam acessados. Qualquer outra página necessitará da aprovação prévia.
Com isso não será possível acessar, pelo menos acidentalmente, páginas infectadas ou contendo qualquer conteúdo questionável. No entanto, será preciso adicionar novos sites à lista com frequência, conforme a criança for criando interesse por outras páginas.

Softwares específicos para crianças, como navegadores infantis, são eficazes para as crianças navegarem com segurança?
Os filtros desses programas dificilmente serão melhores do que os oferecidos externamente ou em outros navegadores. Os filtros em navegadores “para adultos” também são usados em empresas e outros locais onde o bloqueio é tão ou mais importante quanto para as crianças.
Os softwares específicos para as crianças têm como diferencial relevante as interfaces mais amigáveis, coloridas, mais simples e com menos opções. Normalmente o público-alvo desses softwares são as crianças ainda em fase de alfabetização ou não alfabetizadas, incapazes de usar um navegador “completo”.
A adoção dessas ferramentas e ações sugeridas protege 100% os menores de sites inadequados e de outros perigos da internet?
Não. A “listagem branca”, sugerida acima, é que a chega mais próximo disso. No entanto, é complicada de manter por causa da sua rigidez. Ela pode funcionar para crianças bem pequenas – até uns 8 anos –, que vão acessar um número reduzido de sites. E talvez é a única idade na qual realmente valha a pena usar esse tipo de filtragem.
Depois disso, não tardará para que a criança (ou, no caso, adolescente) tenha acesso a computadores em outros locais, ou mesmo sistemas públicos que provavelmente não podem ter uma filtragem tão rígida e que é, portanto, menos segura. Burlar os sistemas de proteção não costuma ser muito difícil, também: se um adolescente estiver sozinho em casa e iniciar o computador com um LiveCD do Linux, por exemplo, qualquer proteção configurada no computador não entrará em efeito.
Sempre que possível o ideal é realmente supervisionar o uso do computador diretamente, participar do processo de descobrimento da internet. É preciso que você, como pai ou mãe, também conheça a internet e entenda que ela pode ser uma amiga e não a vilã. Se a criança entender isso, e for educada para ficar longe de conteúdos inapropriados, os filtros não serão necessários.
* Altieres Rohr é especialista em segurança de computadores e, nesta coluna, vai responder dúvidas, explicar conceitos e dar dicas e esclarecimentos sobre antivírus, firewalls, crimes virtuais, proteção de dados e outros. Ele criou e edita o Linha Defensiva, site e fórum de segurança que oferece um serviço gratuito de remoção de pragas digitais

FONTE: PORTAL G1

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