Cânon da Bíblia
- CÂNON, do grego Kanón = regra, medida, catálogo
- CANÔNICO = livro catalogado, o que significa que é inspirado por Deus.
- PROTOCANÔNICO = livro catalogado em primeiro lugar ou sempre catalogado.
- DEUTEROCANÔNICO = livro catalogado em segunda instância, posteriormente.
- APÓCRIFO = livro oculto, ista é, não lido nas assembléias públicas de culto, reservado à leitura particular. Em consequência, livro não canônico, não catalogado, embora tenha a aparência de livro canônico (Evangelho segundo Tomé, Evangelho da Infância, Assunção de Moisés...).
No século I da era cristã, deu-se um fato importante: começaram a aparecer livros cristãos (cartas de São Paulo, Evangelhos, etc.), que se apresentavam como a continuação dos Livros Sagrados dos judeus. Estes, porém, não tendo aceito o Cristo, trataram de impedir que se fizesse a aglutinação de livros judeus e livros cristãos. Por isso, reuniram-se no Sínodo de Jâmnia, ao sul da Palestina, por volta do ano 100 d.C., a fim de estabelecer as exigências que deveriam caracterizar os livros sagrados ou inspirados por Deus. Foram estipulados os seguintes critérios:
1) O livro sagrado não poderia ter sido escrito fora da terra de Israel;
2) Não em língua aramaica ou grega, mas somente em hebraico (língua pátria do povo israelita);
3) Não depois de Esdras (458-428 a.C.)
4) Não em contradição com a Torá ou Lei de Moisés.
Em consequência, os judeus da Palestina fecharam seu Cânon Sagrado sem reconhecer livros e escritos que não obedeciam a tais critérios. Acontece, porém, que em Alexandria, no Egito, havia uma próspera colônia judaica que, vivendo em terra estrangeira e falando língua estrangeira (o grego), não adotou os critérios nacionalistas estipulados pelos judeus de Jâmnia.
Os judeus de Alexandria chegaram a traduzir os livros sagrados hebraicos para o grego entre 250 e 100 a.C., dando assim origem à versão grega dita "Alexandrina" ou "dos Setenta Intérpretes".
Essa edição bíblica grega contém livros que os judeus de Jâmnia não aceitaram, mas que os de Alexandria liam como Palavra de Deus; assim são os livros de Tobias, Judite, sabedoria, Baruc, Eclesiástico ou Sirácida, 1º e 2º Macabeus, além de Ester 10, 4 - 16, 24 e Daniel 2, 24 - 90; 13s.
Ora, acontece que os apóstolos e evangelistas, ao escreverem o Novo Testamento em grego, citavam o Antigo Testamento, usando a tratução grega de Alexandria, mesmo quando esta diferia do texto hebraico - tenhamos em vista Mt 1,23 (cita Is 7, 14); Heb 10,5 (cita Sal 40,7). Esta tornou-se forma comum entre os cristãos; em consequência, o Cânon amplo, incluindo os sete livros já citados (deuterocanônicos), passou para o uso dos cristãos. Isto foi reafirmado em vários Concílos pela autoridade máxima da Igreja, o Papa. Os Concílios de Roma (382), Hipona (393), Cartago (397), Florença (1441) e Trento (1546), reafirmam a canocidade dos 73 livros da Bíblia.
Porque a Bíblia Protestante é diferente da Bíblia Católica
No século XVI, Martinho Lutero (1483-1546), querendo contestar a Igreja, resolveu adotar o Cânon dos judeus da Palestina, deixando de lado os sete livros deuterocanônicos que a Igreja recebera dos judeus de Alexandria. É esta a razão pela qual a Bíblia dos protestantes não têm os sete livros e os fragmentos que a Bíblia dos católicos inclui. Para diminuir as dúvidas, observemos que:
- Os critérios adotados pelos judeus de Jâmnia para não reconhecer certos livros sagrados, eram critérios nacionalistas, devido ao fato de que, desde 587 a.C., os judeus viviam sob jugo estrangeiro, o que lhes suscitava profunda aversão aos povos pagãos;
- É o Espírito Santo quem guia a Igreja de Cristo e fez com que os cristãos reconhecessem como válido o Cânon amplo.
- Pode-se ainda observar que o próprio Lutero traduziu para o alemão os livros deuterocanônicos o que bem mostra que eles eram usuais entre os cristãos.
Para nós católicos, os livros deuterocanônicos do AT são tão valiosos quanto os protocanônicos; são a Palavra de Deus inerrante que, aliás, os próprios judeus da Palestina estimavam e liam como textos edificantes.
No século XVI, Martinho Lutero (1483-1546), querendo contestar a Igreja, resolveu adotar o Cânon dos judeus da Palestina, deixando de lado os sete livros deuterocanônicos que a Igreja recebera dos judeus de Alexandria. É esta a razão pela qual a Bíblia dos protestantes não têm os sete livros e os fragmentos que a Bíblia dos católicos inclui. Para diminuir as dúvidas, observemos que:
- Os critérios adotados pelos judeus de Jâmnia para não reconhecer certos livros sagrados, eram critérios nacionalistas, devido ao fato de que, desde 587 a.C., os judeus viviam sob jugo estrangeiro, o que lhes suscitava profunda aversão aos povos pagãos;
- É o Espírito Santo quem guia a Igreja de Cristo e fez com que os cristãos reconhecessem como válido o Cânon amplo.
- Pode-se ainda observar que o próprio Lutero traduziu para o alemão os livros deuterocanônicos o que bem mostra que eles eram usuais entre os cristãos.
Para nós católicos, os livros deuterocanônicos do AT são tão valiosos quanto os protocanônicos; são a Palavra de Deus inerrante que, aliás, os próprios judeus da Palestina estimavam e liam como textos edificantes.
"Não acrescentem nada ao que lhes ordeno, nem retirem coisa nenhuma. Observem os mandamentos do Senhor seu Deus do modo como lhes ordeno"
Deuteronômio 4, 2
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